10 coisas que você pode fazer agora pra ajudar os oceanos

20/11/2020
    • Langai



  • Já parou pra pensar na imensidão dos oceanos e, ao mesmo tempo, o quão pouco a gente sabe sobre ele? Aproximadamente 70% da superfície do planeta Terra é coberta pelos oceanos, mas ao mesmo tempo, por ser tão vasto, nosso conhecimento sobre ele se restringe a apenas 5% da sua totalidade. E mesmo nós sendo tão pequenos, nossas ações podem influenciar tanto negativamente ou positivamente na sua preservação, e isso só depende das nossas escolhas.

    Bora entender isso? Vamos a alguns fatos primeiro.


    _ao ano, aproximadamente 25 milhões de toneladas de lixo acabam no mar, em sua maioria, plástico.


    Este levantamento foi feito pela ISWA, a Associação Internacional de Resíduos Sólidos, e o relatório indicou que pelo menos 80% desse lixo tem origem nas grandes cidades. Isso acontece provavelmente por causa de falhas na gestão de resíduos e também por causa da irresponsabilidade das empresas e da própria população (sim, nós). 

    Todo esse lixo afeta negativamente (e muito!) o ambiente e a vida marinha. 


    _estima-se que cerca de 100 mil animais marinhos morram por ano devido à poluição dos mares e oceanos.


    Segundo estudo realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, e que mais da metade de toda a população de tartarugas marinhas do mundo têm lixo plástico no organismo.


    _nós que utilizamos o mar para praticar um dos esportes mais sensacionais da vida, temos a obrigação de cuidar nos oceanos


    Como se eles fossem nossa casa (bem ou mal, é uma segunda casa, né?). Surfar não é só sobre diversão, mas também sobre ter responsabilidade ambiental. Você acredita nisso?

    Eu sei que pensar sobre como ajudar os oceanos pode parecer uma tarefa difícil e inalcançável, mas mesmo os pequenos gestos e ações podem fazer toda a diferença. Aqui nesse post vamos falar sobre coisas que podemos fazer no nosso dia-a-dia, na nossa rotina e levar pra vida, com a certeza que estaremos fazendo algo bom, não só para os oceanos, mas para o planeta. Bora?


    _1. repense seus hábitos
    Pensar, por si só, pode ser uma tarefa muito difícil pra muitas pessoas, mas acredite em mim... tudo começa aqui. E é uma coisa que você pode fazer agora, enquanto lê esse post. Repensar cada um de nossos hábitos é extremamente importante, pois é indispensável analisar o que consumimos e como descartamos. Repensar exige que você se faça várias perguntas:
    • você descarta seu lixo da forma correta?
    • você compra só o que precisa ou compra por impulso?
    Olhe a sua volta, olha pra sua vida, analise, reflita e repense!


    _2. recuse plásticos de uso único
    Acho que todos estamos cansados de ouvir isso, mas bora tentar ressignificar? De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 40% do plástico produzido em todo o mundo é usado apenas uma vez antes de ser descartado. Estima-se que a vida útil de uma garrafinha de água, por exemplo, é de apenas 12 minutos, mas ela pode levar até 400 anos para se decompor no mar. Então que sentido faz "jogar fora" uma coisa que foi feita pra durar centenas de anos? Não faz, né? Isso é apenas um exemplo. Desde o canudo e o copinho plástico até a embalagem de pão, macarrão, arroz ou feijão que você compra no supermercado, tudo isso pode ser ressignificado. Como? Quando você recusa uma coisa, normalmente você tem que buscar uma alternativa praquilo. Então continua lendo, que uma coisa leva a outra!


    _3. compre na feira
    Aposto que tem uma feira perto da sua casa ou no seu bairro. Acertei? Se sim, aproveite pra levar a sua sacola de pano ou retornável e literalmente, faça a feira! A maioria das frutas e verduras geralmente já vem com uma embalagem natural desenvolvida durante milhares de anos e ela se chama "casca". Não há necessidade de embalar algo que já está naturalmente embalado, né? Então põe tudo misturado dentro do saco de pano mesmo! Quando começamos a recusar coisas embaladas em plásticos (que geralmente possuem conservantes que fazem mal a nossa saúde), passamos automaticamente a nos obrigar a consumir mais produtos naturais, como frutas e verduras. Sua saúde - e a dos oceanos - agradece, pois você estará impedindo que muito plástico vá parar no lugar errado. 


    _4. compre alimentos a granel
    Se você tem acesso a qualquer loja que te permita comprar a granel, aproveite. A dica aqui é utilizar seus próprios recipientes. Pode ser aquele vidro que você comprou molho de tomate, palmito, azeitona... Ou até mesmo o pote de sorvete ou margarina. Você só precisa comunicar a quem vai te atender, que você vai usar sua própria embalagem. Isso evita que milhões e milhões de embalagens desnecessárias acabem no meio ambiente. Além disso, quando você compra exatamente a quantidade de alimento que você precisa, você evita sobras na geladeira, comida estragada e, consequentemente, o desperdício de comida. 


    _5. separe e descarte seu lixo corretamente
    Provavelmente, a maior parte do lixo que produzimos em casa está na cozinha, sejam eles sólidos ou orgânicos. Se de tudo você não tiver acesso a uma feira ou a estabelecimentos que vendam a granel, o mínimo que podemos fazer é separar nosso lixo e descartá-lo corretamente. O que isso quer dizer na prática: separe o lixo seco (papel, plástico, vidro e metal - não esqueça de lavar antes de descartar) do orgânico (restos de alimentos, como frutas e verduras, entre outros) e destine-os corretamente. O lixo seco deve ir para a reciclagem e o lixo orgânico para a compostagem (oi?).


    _6. faça compostagem
    Compostar é uma forma de reciclar nossos resíduos orgânicos. Significa transformar os nossos restos de comida, em geral, em adubo ou terra novamente. Para isso você pode ter uma composteira dentro da sua casa ou do seu apartamento, ou se você tiver um quintal, pode separar um cantinho nele e usá-lo como composteira, sem ter que comprar uma. Porque separar os resíduos secos dos orgânicos para fazer compostagem é importante? Pois quando os mesmos estão misturados, eles não são nem recicláveis nem compostáveis, sendo classificados como lixo/resíduo comum. E esse resíduo vai automaticamente para os lixões. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 41% de todo o lixo produzido ano a ano no Brasil vai parar onde não deveria: nos lixões e, consequentemente, nos rios e mares. Então imagina o quanto podemos evitar que o nosso lixo acabe no mar, apenas tomando a simples atitude de separar e destinar nosso lixo da forma correta?


    _7. considere abrir mão dos absorventes descartáveis
    É estimado que uma mulher use cerca de dez absorventes descartáveis em cada ciclo menstrual, e em média de 10 a 15 mil unidades desde a puberdade até a menopausa. Como no Brasil não existe reciclagem para esse tipo de resíduo, eles vão parar onde? Nos lixões, rios, praias e oceanos. As principais alternativas que existem hoje em dia são o coletor menstrual, calcinhas absorventes e até absorventes de pano, todos reutilizáveis e duráveis. E vai por mim, pode ser um investimento caro no início, mas a longo prazo é mais barato do que usar os descartáveis (faça uma pesquisa e faça você mesma as contas) e você vai evitar que toneladas desse resíduo acabem nos oceanos. E a dica de amiga: pode ser que você não se sinta confortável usando nenhum desses produtos e tá tudo bem. Mas é importante que você tente e dê uma chance. É melhor tentar do que não fazer nada. 


    _8. observe seu consumo de peixes e frutos do mar
    Redes, linhas e armações de pesca perdidas ou descartadas no mar, são hoje uma das maiores ameaças à vida marinha. Isso é conhecido popularmente como pesca fantasma. A cada ano, o volume dos materiais de pesca largados nos oceanos chega a 640 mil toneladas, segundo a ONG Proteção Animal Mundial, levando a morte de milhares de animais por dia. Boa parte desse material vem dos esforços de pesca de grandes empresas e multinacionais no mundo inteiro. Nesse caso, se você consome peixe e/ou frutos do mar, o indicado é comprar de pescadores locais que praticam a pesca artesanal e sustentável. Com isso você contribui para o fortalecimento da economia local, evita a sobrepesca e ao mesmo estará contribuindo para a diminuição da pesca fantasma. 


    _9. repense o modo de lavar suas roupas
    A maior parte da poluição por microplásticos vem de tecidos, pneus e poeira urbana, que respondem por mais de 80% de toda a poluição de microplásticos no meio ambiente. Você provavelmente tem roupas de tecido sintético, como poliéster, poliamida nylon e elastano, certo? Quando lavamos nossas roupas, a fricção entre elas, e até a temperatura da água influenciam no desprendimento de fibras feitas de microsplásticos presentes nas roupas, que vão parar, novamente, nos oceanos e podem ser ingeridos pelos peixes. Para minimizar isso, o que você pode fazer é usar sempre água gelada ou a temperatura ambiente e escolher um ciclo de lavagem da sua máquina que seja mais "gentil" no processo de lavagem. E se puder, dê preferência a comprar roupas feitas apenas de algodão


    _10. apoie organizações que trabalham em prol dos oceanos
    Essa provavelmente é a mais fácil das ações que você pode fazer agora. Temos várias organizações no Brasil que atuam na proteção dos oceanos, seja fazendo pesquisas e estudos até a execução de ações que envolvam toda a comunidade, como limpezas de praia. Se você mora perto do litoral, procure se integrar e se envolver nos projetos dessas organizações oferecendo seu tempo como voluntário. Se você não mora no litoral, assinar petições e fazer doações para fundações que apoiam a proteção dos ecossistemas marinhos é outra ótima maneira de se envolver. E se você não puder ajudar financeiramente, compartilhe e divulgue o trabalho que essas organizações fazem e contribua mudando hábitos em casa, que já ajudam de maneira indireta. 

    Ufa!

    Olha, essas são só algumas dicas simples. Mas ajudar os oceanos, pode (e, no mundo ideal, deve) ir muito mais além do que o que tá escrito nesse post. Precisamos entender que a mudança de hábitos é necessária, mas deve ser uma escolha nossa. 

    Então se você estiver escolhendo agora fazer o que puder pra ajudar os oceanos, pega essa: estude, se informe, seja ativa, eduque e seja exemplo. E educação é a resposta pra quase tudo nessa vida. 

    Existe tanta informação disponível na internet e de graça! Use e abuse da tecnologia para aprender mais sobre os problemas que os nossos oceanos enfrentam e como você pode ajuda-los. Quanto mais você aprende, mais você entende, se conecta e cria consciência sobre isso. A partir daí, faça o seu melhor para espalhar a mensagem, fale com seus amigos e família, use as redes sociais pra ser ativa, passe a mensagem a frente. Partilhando o conhecimento, você educa e inspira os outros.

    E pra terminar, quero oferecer pra vocês o meu tempo e o meu conhecimento sobre tudo isso (e um pouco mais) que eu já aprendi. Eu passei grande parte da minha vida nos meus últimos dois anos tentando me adaptar a novos hábitos e largar de hábitos que não faziam nada bem pros oceanos. Foi difícil algumas vezes e eu continuo aprendendo (sempre! rs). 

    Então se você ficou com dúvida em alguma coisa, quer mudar algum hábito, mas não sabe como, ou não faz ideia de por onde começar, me chama pra conversar! Eu vou ter o maior prazer de dividir com vocês o que eu sei e tentar te ajudar da melhor forma possível. 

    Beijos e boas ondas,
    Cris


     
    Leia também: 6 dicas saudáveis pra salvar a larica pós-surf

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