Surftrip: Costa Rica
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Arte por @carol.fazarte
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Sobre minas, mares e protagonismo na vida.
Foi em um momento de redescoberta de mim mesma que resolvi comprar uma passagem e embarcar para uma surftrip só com mulheres na Costa Rica. Esse é um tipo de viagem já comum entre as entusiastas do esporte, porém era inédita pra mim. Não por se tratar de uma surftrip, já havia viajado com o namorado pra surfar no Peru, mas sim pela ideia de fazer algo inteiro e unicamente para mim.
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Pré-surf em Playa Avellana | Foto: @moanafilmes
Cresci em um contexto em que muito cedo tive que aprender a "fazer o corre" para conquistar as coisas, como dizem por aí "ser alguém na vida" (seja lá o que isso signifique). "Orgulho da família", com 36 anos eu já podia dizer que havia construído uma carreira, um relacionamento duradouro, comprado uma casa... Ou seja, o pacote da filha perfeita.
_Mas, nesse caminho, se formou um enorme buraco dentro de mim, e passei a sentir que todo o "corre" havia sido para e pelos outros e não necessariamente por mim.
Após muitos momentos de crise, choro, insônia, ansiedade, terapia, terapia e mais terapia, resolvi comprar a viagem! Desde o início da pandemia, já tinha abandonado uma rotina estressante e infeliz em uma megalópole para viver descalça no meio da natureza. Relembrar como viver é bom, perto das águas, fez uma luz começar a clarear dentro de mim. Após ansiosos 12 meses, cheguei à terra da PURAVIDA, junto a outras oito mulheres desconhecidas e que dia após dia foram se revelando incríveis.
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Mulherada da BBQ em Playa Avellana | Foto: @moanafilmes
Juntas, descobrimos a tal da sororidade, o surfe nos unia e o mar era o nosso parque diário de diversões. Nos apoiamos, vibramos a cada drop e acompanhamos uma a outra em nossas danças nas águas. Subidas, descidas, quedas e uma conexão inexplicável. Cada uma dividiu comigo o que a levou até ali, revelações potentes que me fizeram repensar a minha própria jornada e todas as escolhas que a construíram.
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Surfista: Ju Okuda | Foto: @moanafilmes
Quando voltei, me dei conta de que já não era a mesma. Percebi que se as minhas escolhas me levaram a esta viagem, poderiam me levar para onde eu quisesse. Apesar do vento e das condições do clima, o mar proporciona milhões de ondas o tempo todo, e não, eu não preciso e nem consigo remar em todas, mas sou EU quem decido qual delas será a pista da minha dança única.
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Arte por @isabela.cury
Beijos e boas ondas,
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