O que o surf me ensinou (e ensina) na vida
14/04/2020
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Arte por @carol.fazarte
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Moro em uma São Paulo de muito stress, trânsito, e pouca natureza, ou seja, esse reencontro com o mar é sempre cheio de expectativas.
Certa vez por conta de ensaios do teatro precisei ficar sem sair da cidade por 3 meses, o que me gerou uma imensa ansiedade; ainda que a arte me preencha em vários sentidos, a certo ponto a metrópole me suga.
_no primeiro final de semana livre em muito tempo desci a serra já sonhando com ondas e drops perfeitos.
Havia feito a lição de casa: funcional focado no esporte, skate simulador de surfe, boa alimentação e vídeos de manobras, estava preparada!
Levantei com o sol, peguei a prancha e saí confiante. Mal olhei para o mar, remava em qualquer morrinho de água, remava pra lá, pra cá, pro raso, pro fundo, e nada! Saí duas horas depois com o total de zero ondas surfadas, frustradíssima, gritava com raiva: "eu vou desistir do surfe", "eu sou péssima!", "eu não sei mais surfar". Meu marido, com um ar zen me devolve:
_"não sei se você notou, mas para o surfe que você quer, não tinha onda"
A verdade é que entrei no mar que eu havia idealizado, formatado na minha mente como em uma foto do insta, cheia de filtros ahahaha Eu não considerei o que estava acontecendo ali na minha frente, em volta de mim. Remava com toda a força do mundo, alucinada, sem sintonia alguma com o oceano, com o que aquelas ondas estavam me oferecendo.
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Surfista: Ju Okuda
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Eu venho de uma família em que todos batalharam muitíssimo, e assim também me foi ensinado, para chegar lá basta trabalhar e se dedicar. Causa e consequência, de uma maneira geral: tudo só depende de você.
Bom, se dependesse só de mim, todo dia seria sol, as ondas sempre teriam 1 metro, o vento sopraria terral, fundo de areia e arrebentação pertinho :) Porém sabemos que não é bem assim...
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Surfista: Ju Okuda
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Às vezes é difícil assumir que não temos controle sobre tudo, aliás, controle mesmo não temos sobre nada! E parece que quanto mais evitamos a realidade, mais dolorido fica... Dá um medinho, né? Mas quando lidamos com a nossa verdade e com a verdade das situações que estamos vivendo, entendemos que o surfe é sobre se libertar, e que liberdade é respeito sobre si mesma e sobre o que a vida nos trás.
O surf e as suas metáforas da vida... Essa daqui é uma das minhas! Me conta se você se identificou também.
Beijos e boas ondas,
Ju
Leia também: Desabafo #4: carta aberta de uma surfista na quarentena
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